sexta-feira, 7 de setembro de 2012

Capítulo 10: Eu acredito, acredito, eu acredito em fadas!



Jade me pegou pela mão e foi me levando. Viramos umas esquinas...Entramos em becos... Na verdade, eu não estava prestando atenção em porcaria de caminho nenhum. Ficava só olhando pro Jade. Um menino muito fofo. Naquela hora, de repente, eu comecei a me sentir mal... Jade pra mim era como um segundo plano. Se eu estivesse a mil maravilhas com o Castiel eu não teria aceitado sair com ele. E ele sempre tentando me agradar... Isso começou a pesar na minha cabeça...Eu tinha que me decidir: Continuava apostando no Castiel ou ficava com o Jade que estava de braços abertos. Comecei a sentir um aperto no peito. Soltei da mão do Jade e diminui o passo.
-Kushy? Tudo bem?
Continuei perdida em meus pensamentos. Até que ele estalou os dedos na frente da minha cara e eu “acordei”.
-Não está prestando atenção no que eu falo né?
-“Você estava falando alguma coisa?!”-pensei
-N-não é isso...É que eu estava lembrando do dia em que a gente se conheceu...-mentiiira!
-Atá. Eu fui um completo idiota naquele dia.
Ele corou e virou a cara. POU! Tomei um tiro no meu coração! Ô toisinha mais linda!
-Então somos dois.
-Quê? Claro que não! Você foi uma santa!
-Cara. Eu quebrei um vaso de plantas seu. É só o que eu digo. ¬¬
-Mas você me deu outro depois!
-Mas você nem sabia quem cuidava do clube de jardinagem! Eu deveria ter falado mais “educadamente” e...
Logo estávamos discutindo sobre quem foi mais idiota naquele dia. Olhei pra frente e vi um grupinho de meninas passando. Quando viram eu e o Jade, começaram o burburinho.  Ignorei-as e olhei pro Jade. Carinha angelical....POU! Outro tiro no meu coração...Abracei-o pela cintura e desisti.
-Ta bom. Desisto. Você foi um chato naquele dia, contente?
-Há,há. Estou contente sim... Vamos? Estamos quase chegando ao lugar...
Continuei abraçando ele um pouco abaixo do peito e ele me abraçou com o braço esquerdo. Nesse momento uma garota do grupinho deu um gritinho. Levou a mão à boca e chorou em silêncio. Mais tarde descobri que seu nome era Jeniffer. Elas começaram a andar e a mais “durona” (a Melyna) virou pra mim e disse sem sair som da boca “Te prepara”. Dei um tremelique e abracei o Jade mais forte. Mais inimigas? Agora era mais um problema pra eu me preocupar.
-Que foi minha flor?
-V-viu aquelas meninas?
Ele virou a cabeça pra trás tentando procurá-las
-O que têm elas?
-Acho que elas vão armar pra mim!
-Enh? Acho que tá exagerando...
-Claro que não!! Acha que eu sou possessiva com você?!-rosnei
-N-não é isso! Mas...Elas não te fizeram nada...Eu quero que você se meta em encrenca...
Suspirei e saí do abraço. Olhei pra trás com cara de preocupada e suspirei novamente.
-Espero que elas não estudem na mesma escola que a gente...
Chegamos a um beco e ele me empurrou de leve pra dentro. Encostou junto à parede e olhou da esquerda pra direita, da direita pra esquerda.
-Mas o que a gente-?!
Ele pois uma mão na minha boca.
-Shiii! Quietinha...
 Ele foi pro final do beco e empurrou o latão de lixo. Começou a tatear a parede junto ao chão e eu ali sem entender nada. Logo ele empurrou um grande bloco, abrindo uma passagem entre a parede. Fez sinal para eu segui-lo. Ficamos de joelhos e passamos pela estreita entrada. Esperou eu passar e depois cobriu novamente com o bloco.
-Eu venho aqui desde criança. É tipo um lugar secreto...
Fiquei de pé e dei de cara com uma das vistas mais lindas de toda a minha vida
-Jade! Isso é lindo demais!
-Sabia que a minha japinha ia gostar.-E me deu um beijo na testa. Nunca esquentei muito com esse apelido, então deixei passar. Ele pegou e minha mão e fomos a uma espécie de “santuário”. Onde tinha uma cesta de piquenique. Abri a cesta e vi todo tipo de sushi que eu gostava. Coloquei o que eu quis no prato, peguei os hashis e comecei a comer.
-Itadakimasu!
-Quê?
-No Japão a gente fala isso antes de comer alguma coisa.
-Atá. Ainda tenho que me acostumar com isso.
Comecei a comer os nigiri quando vi o Jade todo abobalhado pra comer de hashi. Deixei escapar uma risadinha e o rapazote corou. Coloquei o prato no chão e fui por trás dele.
-Vem cá. Dexa eu te ensinar como usa.
Peguei na mão dele e tentei acertar a posição certa dos hashis. Aí que o moleque explodiu de tão vermelho que ficou. Levantei e voltei pro meu lugar.
-Agora tenta tocar as pontas dos hash... “pausinhos” assim:
-Você faz tudo parecer fácil...
-Pois é...Nasci no Japão né?
Ele tentou ao máximo comer com os hashis, mas acho que ele não tinha jeito pra isso: Ou os hashis se cruzavam, ou o shushi caía sem motivo, ou ele não conseguia nem sequer pegar o sushi no prato. Ele estava da cabeça aos pés vermelho de vergonha por não conseguir comer de hashis. Ele desistiu e os colocou  no prato. Olhou pra mim e eu lá comendo de boinha.
-Tô com inveja de você...
-Que isso! Você só é novato nesse lance...
-Quantos anos você ficou no Japão?
-Cinco anos. Quando eu cheguei aqui você nem imagina no sofrimento que eu passei....Eu fui alfabetizada no Japão,  lá eu já falava japonês! E aqui ainda levei uns 2 anos pra me acostumar.
-Acostumar com o que?
-Com tudo! Comer com garfo e faca, por exemplo. Se bem que na minha casa eu como de hashi...
-Sério? Então o problema é comigo mesmo...
-Ai Jade, para com isso! Quer saber?
Peguei os hashis dele e o seu prato. Peguei um nigiri com os hashis dele e coloquei próximo a sua boca.
-Abre a boca!
-Tabom né?
Fui dando comida pra ele até acabar com o que tinha no prato dele. Quando acabou o menino ficou todo coradinho e sorriu.
-V-valeu!
-Nani mo!
Ele torceu o nariz e eu percebi que ele não tinha entendido. Suspirei e tentei explicar o que eu disse.
-Nani mo quer dizer “de nada”...-Fiquei de pernas cruzadas e com a cabeça abaixada. Eu já tinha sofrido muito bullying por causa do meu idioma natal.
-O que foi minha flor?-Enxuguei uma lágrima do olho e sentei do lado dele.
-Eu já sofri muito bullying por causa da minha língua e aparência. Já me chamaram de Samara, Menina d’o grito, “Japa” doida, Vampira Abstrata, Cabelo de promessa, Asiática, Monstro do Lago Ness, Projeto de Vampiro, Aberração de circo-
-Pode parar por aí! “Japa doida”?! “Projeto de Vampiro”? “Aberração de circo”?! O que esse povo tem na cabeça?!
-Tem a mania de se achar melhor que os diferentes...-Já ia começar a chorar de novo quando ele me virou e me abraçou.
-Shii...Calma...Já passou. Escuta, eu vou te proteger se o pessoal tentar zombar da minha flor de lótus ok?
Até que era gostoso ficar naquele abraço, mas eu não parava de pensar no Castiel (maldito moleque que não sai da minha cabeçaaaa!!) Depois de um tempo apoiada no ombro dele, ele me soltou.
-Quer ir ver mais de perto o lago?
-(snif) Quero sim!-Ele pegou a minha mão e desceu primeiro do “pedestal”. Era meio alto, e quando eu já ia pular ele me pegou pela cintura e me desceu. Corei na hora porque eu estava de vestido e fiquei um tempinho perdida no rosto do rapaz. Ele foi me puxando com a mão e logo sentamos a beirinha do lago que refletia a luz da Lua.
-Bonito né?
-É sim! Nunca vi nada tão lindo!
-Eu já vi...
-Sério? O quê?
Ele se virou e segurou meu rosto com a mão. Depois sussurrou de leve no meu ouvido.
-Estou olhando pra ela...
POU! Mais um tiro no meu coração. E esse foi bala de prata. E comecei a fazer uma coisa que nunca se deve fazer com dois garotos: Compará-los. Castiel era um pouco mais o meu estilo, e eu ainda queria apostar as minhas últimas moedas nele. Já o Jade era mais sereno, mais da paz. Mas não deixara de ser um amor de pessoa, Castiel já era mais fechado, era difícil achar o caminho pro coração dele. O coração dele estava no Labirinto do Minotauro. Era quase impossível chegar até ele, e se não tomássemos cuidado, seríamos pegos pela aura-negra dele. Já com o Jade não, era superfácil chegar até o coração dele. Mas não rolava muita química entre a gente...Com o Castiel já era fogos de artifício no Reveion. Jade AINDA estava segurando o meu rosto, só que eu tinha a capacidade de olhar pras pessoas e pensar outra coisa. Nisso ele me beijou e acabamos caídos pra trás. Por pouco não caímos no lago, mas ficamos na beira. E ele em cima de mim...Pronto, agora as coisas viraram fogos de artifício
-Estava com saudade...
-De mim?
-Não. De te beijar.
(CORANDO)
Ele chegou perto do meu rosto e sussurrou com a voz mais doce do mundo. Me arrepiei todinha.
-Aishiteru...
POU! Mais um tiro no meu coração. Ele disse “eu te amo” em japonês! Deu vontade de chorar. Devolvi outro japonês.
-Hontou ni aishimasu ka?(“me ama mesmo?”)
Ele ficou um tempo pensativo e depois sorriu pra mim.(ainda em cima de minha pessoa)
-Takisha.(“com certeza”)
Não agüentei e comecei a chorar. Essa foi a coisa mais linda que alguém tinha dito pra mim. Nesse momento comecei a gostar mais do Jade. Ele saiu de cima de mim e estendeu a mão pra eu levantar. Eu ainda chorava rios de lágrimas. Ele passou o polegar nos meus olhas a fim de enxugar as minhas lágrimas e me olhou com a carinha de dó mais linda do mundo.
-Porque “cê” tá chorando? Assim eu choro também...
-Ninguém nunca disse uma coisa tão bonita pra mim em toda a minha vida...-respondi aos soluços
-Sempre tem uma primeira vez né Flor de Lótus? E por falar em flor de lótus...
Jade avistou uma flor de lótus não muito longe da beira. Perto o suficiente para eu conseguir pegar. Pedi pro Jade segurar a minha mão enquanto eu ia me esticar pra pegar a flor.
-Tem certeza disso Kushy?
-Tenho! Relaxa, a flor tá aqui perto!
Eu já estava quase tocando na flor, mas Jade já estava todo curvado e no meu braço esquerdo parecia que tinha distendido algum músculo. Faltava menos de um centímetro pra eu tocar a flor.
-Tá quase....quase...
-Kushynna cuidad-!!
TCHIBUM! Nós dois caímos em cheio no lago. O lago era fundo, cheguei a tocar o fundo dele. Quando voltei à superfície, a flor de lótus estava na minha cabeça. Ri um pouquinho, mas Jade parecia irritado. Tirava a água do rosto e da roupa. Fiquei VERMEEELHA de vergonha.
-J-jade...F-foi mau...M-me desculpa
-Tudo bem, e você ficou muito linda assim.
Eu estava realmente bonita, o vestido azul-marinho parecia fazer parte da água, e as poucas lantejoulas do vestido brilhavam na água. Jade ficou um tempinho me olhando e depois roubou um beijo meu.
-Kushy...Posso te mostrar uma coisa?
-P-pode...-Estranhei
-Mas primeiro tenho que te perguntar uma coisa.
-O quê?
Ele ficou um tempo olhando pra baixo pensando. Aquele suspense estava me matando. Não tinha idéia do que ele ia perguntar ou mostrar. Ele ergueu a cabeça devagar com uma expressão de maldade. Mordi o lábio inferior até sentir o gosto metálico do sangue. Ele terminou de erguer a cabeça e suspirou.
-Você acredita em fadas Kushy?
Torci o nariz. “Fadas”?! Qual é... Deu uma vontade ENORME de perguntar pra ele se ele tinha tomado o remédio dele, mas hesitei.
-J-Jade! Fadas não exist!-
Ele bruscamente cobriu a minha boca com a sua mão, me impedindo de dizer qualquer coisa.
-Nunca mais TENTE dizer isso, OK!?
Ele me pegou pela mão e foi me levanto, cruzando o lago. Ele parecia irritado. Mas o que eu tinha feito?! Cruzamos o lago e chegamos até a beira. Ele saiu do lago e ficou me olhando
-Vai subir ou não?!
Me assustei com isso vindo do Jade. Ele nem tinha estendido a mão nem nada. Saí do lago e ele pegou minha mão bruscamente e nos embrenhamos na floresta do outro lado do lago. Ele me lembrou o Castiel de repente, ma tinha que me concentrar no que estava acontecendo. Caminhamos, caminhamos, e caminhamos e nada dele falar alguma coisa, só segurando a minha mão e me levando. Até que chegamos a uma árvore bem grande com um buraco grande o suficiente pra caber uma pessoa em uma raiz. Ele colocou as pernas em direção ao buraco e jogou metade do corpo lá dentro. Ficou só com o abdômen ainda “visível”. Ele já estava quase descendo quando ele se virou pra mim.
-Desça.-E nisso ele se jogou
-JADE!!-Tarde demais, ele já tinha se jogado. Tentei observar dentro do buraco mas estava escuro. Posicionei com cuidado meus pés pra dentro do buraco.
-Que Deus ou Buda me protejaaaaam!
O buraco era como um tobogã enorme!! Feito de madeira, mas lisinho. Fazia o possível pro meu vestido ficar onde devia, e não subir com o vento. Eu gritava muito, mas chegava a ser divertido. Fazia curvas fechadas e ondulações. Até que envergou tanto que virou uma rampa! Fui lançada a uns 12 metros de altura. Já ia caindo quando me segurei em um galho. Porém o galho logo quebrou e eu caí de uns 3 metros em cima de uma poça. Caí de frente, doeu muito! Me levantei e olhei em volta: Era como um pântano. Com muitas árvores, úmido e com muitos, muitos, muitos insetos (coisas que eu adoro)
-Jade! JA-DE!-Exclamei por ele e nada, só o barulho da floresta.
Andei um pouco até chegar a dois caminhos: O da direita era uma estrada e o da esquerda era só uma estrada-de-terra meio fechada. Parei e pensei. Isso deve ter alguma pegadinha da vida... Fiquei em silêncio total. Até dava para ouvir o pulsar do meu coração. Até que um brilho verde passou voando na minha frente e parou atrás de mim. Dei meia volta e vi: Um brilho verde flutuando em minha frente!! Não dava pra distinguir o que era. Só sabia que aquilo não era normal. Sempre acreditei em espíritos, (crença japonesa) fantasmas, vampiros, bonecas-assassinas e coisas do tipo. Mas um brilho verde flutuando, era coisa nova. O estranho é que eu não e assustei com aquilo. Na verdade, aquilo me transmitiu calma. De repente o brilho saiu como um jato pelo caminho escuro da estrada-de-terra. Comecei a seguir o brilhinho. Ele andava muito rápido. Apertei o passo e logo estava correndo.  Eu desviava dos cipós e pulava sobre as raízes. Caí e levantei o mai rápido que pude. Mas o brilho sumiu. Suspirei e achei        que estava ficando louca. Já ia dando meia volta quando eu escutei um grito. Segui o grito e me deparei com meu irmão tentando escapar de uma vala e com o Castiel sendo enforcado em uma árvore.
-CASTIEL!!!
-Me ajuda Kushynna!- Ele disse com uma voz fraca.
-Mana! Me aj-ajuda!- Meu irmão estava se segurando pelas raízes que tinham na margem da vala, mas elas já estavam se arrebentando.
-Kushynna! M-me ajuda por fafor!-Ele já estava chorando e com o rosto vermelho, tentando ao máximo se libertar da corda ao redor de seu pescoço.
Eu estava altamente confusa!! Quem eu salvava? Meu irmão ou o garoto que eu gosto?! Minha respiração estava ofegante, apertei meu punho contra meu coração para meu peito parar de doer. Eu suava frio. Eu precisava pensar! Salvar Castiel re        queria mais tempo, mas salvar meu irmão seria mais fácil. Teria como salvar os dois ao mesmo tempo? Meu irmão era meu irmão! Era um mala às vezes mas também era meu melhor amigo e me escutava quando eu precisava desabafar. Castiel era a pessoa que eu mais amava, mas eu ainda tinha dúvidas em relação a isso. TARCK! Outra raiz no qual meu irmão se segurava arrebentou.
-Maninhaa! Socorro!!
Se eu salvasse o Akira rápido, daria tempo de salvar o Castiel, corri para o Akira e estendi a mão pra ele. Quando Castiel juntou ar e gritou comigo:
-Vai me deixar morrer e salvar o seu “irmãozinho”?! TINHA que ser da Aberração de Circo!!
-E-eu já vou te ajudar Castiel! Aguenta firme! Akira!! Me dá a mão!!
Ele soltou uma mão e estendeu-a pra mim. Segurei-a e comecei a puxá-lo. Mas Castiel já estava perdendo o ar.
-Kus-Kushynna! Se você me salvar eu prometo que termino com a Vanessa e namoro com você! Mas larga o seu irmão aí e me tir-ra daquir!
Eu que estava com a cabeça abaixada a ergui. Namorar com o Castiel?! Era tudo que eu mais queria! Comecei a soltar a mão do Akira de leve. De repente parei.
-E-eu não posso...
-Quê?! Por-porque?!
-Eu não vou deixar meu irmão aqui pra morrer!
-Eu estou pouco me danando pro seu irmão!! Eu sou mais importante que ele!! Não era oq-oque você sempre quis?! Namorar comigo?! Vai me trocar pelo seu irmão imbec-
Virei pra ele e soltei os leões. Eu xingo meu irmão de um monte de coisas, mas quando outros tentam fazer o mesmo eu chego na voadora.
-NEM TERMINE A FRASE! Só EU posso chamar meu irmão assim! E você não é o Castiel! Não pode ser!
-C-romo não sou eu?! O mesmo cabelo, a mesma roupa, a mesma voz, a mesma cara. Você bebeu?!
-Meu cérebro diz que é você, mesma roupa, mesmos olhos, mesmo cabelo, tudo idêntico. Mas meu coração diz que você é um impostor! O Castiel verdadeiro é machista e só no último caso pediria a minha ajuda! E ele nunca me chamaria pelo apelido que só eu e o Jade sabemos! Ele nunca faria acordo comigo! Nunca o colocaria em primeiro plano! Por que eu conheço o Castiel e ele não é assim!
-Mas você tá doida sua-
Virei às costas pra ele e mostrei o dedo do meio. Terminei de ajudar meu irmão a subir. Quando subiu ele me abraçou e começou a chorar.
-Eu pensei que ia morrer! Obrigado mana...
Castiel de repente começou há rir um pouco. Me virei para vê-lo e ele tinha se soltado da força! E a corda tinha magicamente sumido! Ele pois as mãos na cintura e me olhou sorrindo.
-Jade tinha razão. Você é uma boa pessoa.- De repente ele virou um pó brilhoso e sumiu. E logo percebi que eu estava abraçando o nada, pois meu irmão havia sumido. Fiquei paralisada tentando entender o que acabou de acontecer. Me envolvi com os meus braços e tremi. Assombração? Espírito? Podia ser tudo agora. O mais estranho é que eu havia sentido o meu irmão. Eu o toquei, ouvi sua voz, senti até o perfume que ele usava. Eu estava ficando doida. Abstinência de Castiel com certeza. Minha preção baixou de repente. Estava tremendo involuntariamente. Quando uma imagem do Castiel veio a minha frente. Ele estava com um facão. Ele o pegou e o cravou em seu peito. O sangue respingou no meu rosto. Castiel caiu morto. Tinha sangue em todo o meu cabelo. Fiquei horrorizada! Eu não conseguia falar sequer uma palavra, porque não sabia se aquilo era real ou não. Eu ergui a mão, tremendo, e fui em direção a seus cabelos. Quando os toquei, ele abriu os olhos e virou a cabeça pra mim, como uma expressão morta. Em um pulo ele virou, pegou a minha mão e começou a me puxar em sua direção
-AAAAAAAAAAHHHHHHHHHH!!!!!!!-Gritei até rasgar a garganta. Comecei a me empurrar pra trás com as mãos até topar com as pernas do Jade. Mal o vi e já levantei e o abracei pela cintura. Estava em pânico. Não estava nem aí pelo fato d’eu estar molhada e ele incrivelmente seco. Eu já estava esmagando ele com aquele abraço.
-Kushy! O que foi?
-O-o-o,C-cat,-a-l-ali!-Tentei apontar para o “Castiel”, mas só tinha o nada na minha frente. Passei a mão rapidamente em meus cabelos, estavam molhados, mas por conta da água do lago. Arregalei os olhos e achei que estava ficando doida. Já ia gritar quando Jade segurou o meu rosto e fez sinal de silêncio com a boca.
-Calma, você passou no teste, agora vem à parte boa.
“Teste”?! Eu estava boiando lá. Ele pegou a minha mão e foi me levando, até que chegamos em um “corredor” feito de árvores que se envergavam para o centro. Se envergarem tanto que tivemos que nos abaixar. Até que chegamos a um beco sem saída feito por arbustos.
-Jade. Chegamos a um bec-
-SHII! Quietinha.-Ele abriu os arbustos e eu ouvi uma musiquinha, ele pediu para eu vi.
 Fadas dançando em círculo! Eu fiquei pálida. Eu queria gritar, ou ao menos falar alguma coisa. Eu achava que logo eu iria acordar na minha cama e que tudo havia sido um sonho, mas eu não acordava. Com a mão tremendo, belisquei meu pulso com as unhas, mas tudo o que eu consegui fazer foi sentir uma dor infernal. Jade estava com uma carinha superfofa, parecia uma criança vendo aquilo.
-Lindo né?
De repente eu acalmei. Aquela musiquinha era tão doce, tão singela... Depois de um tempo dançando e cantando. Elas pararam, se uniram em um círculo menor e simplesmente sumiram. Mas aquela sensação ainda ficou. Abracei o Jade que estava do meu lado e olhei para o rostinho dele. Estava sorrindo. Ele pegou o meu rosto e me beijou. Sabe aquele beijo de final de filme? Então, foi esse. Depois ele pegou no meu queixo e puxou levemente minha cabeça para o seu ombro. Aí sussurrou no meu ouvido.
-Kushy, você quer namorar comigo?
POUPOUPOUPOUPOUPOU! Uma metralhadora atingiu meu coração. Namorar com o Jade? Eu não tinha certeza, eu estava dividida em 2: Metade Castiel, e metade Jade. Mas...se eu namorasse o Jade, teria chances do Castiel ter ciúmes e voltar pra mim. E o Castiel estava com a Vanessa mesmo.
-Quero. Quero sim!
Ele não disse nada, me agarrou pela cintura, levantamos e ele me girou no ar.
-Agora eu sou o cara mais feliz do mundo, você não sabe o quanto!
Depois disso ele me beijou. Ficamos nisso um tempo. Até que eu vi um brilhinho verde passar varado entre nós. O mesmo brilho que eu tinha visto antes. Eu já ia perguntar o lance das “fadas” quando ele tirou do bolso da jaqueta uma sacolinha azul do tamanho da minha mão, sem contar os dedos.
-Ai Jade, não precisava!
-Precisava sim! Anda, abre.
Abre a sacolinha e dentro dela tinha um anelzinho dourado com uma borboleta verde esmeralda. Olhei direito e percebi que a borboleta era na verdade uma fadinha deitada. Aquilo era muito realista, parecia ouro de verdade. Jade deu uma risadinha e me abraçou por trás.
-Há,há. Eu sei o que você deve estar pensando. Sim, é de ouro e a fadinha é de esmeralda.
Travei. Ouro e esmeralda?! Aquilo devia ter custado uma fortuna! Corei igual a um pimentão e meu coração estava a um milhão por hora!
-S-sério Jade? N-não foi m-muito caro?
-Não se preocupe com isso ok? Vamos dizer que tenho desde o dia em que nasci. Agora é seu.
-Nossa, Jade. Obrigada mesmo! Eu nem sei o que dizer!
-Não diga nada, só me siga.-Ele pegou a minha mão e “entramos” na clareira no qual as fadas estavam. Ele soltou da minha mão e colocou em volta da boca fazendo forma de concha.
-Gente, relaxa. Pode aparecer, a gente tá namorando...
Torci o nariz. O menino é louco. Mas lembrei do lance das fadas dançando em círculo. Antes de eu dizer qualquer coisa, uns montes de brilhinhos de todas as cores saíram de arbustos, árvores, até de formigueiros. Um brilho verde se aproximou de minha pessoa. Eu me assustei um pouco e dei um passo pra trás, tropecei em uma raiz de árvore e caí sentada. Fiquei de joelhos o mais rápido possível, afinal estava de vestido. E o brilhinho verde “pousou” no meu joelho. O brilho cessou e pude ver nitidamente a imagem de um menino, só que do tamanho da minha mão.
O brilhinho sentou no meu joelho e riu um pouquinho. Sua voz era de um adolescente da minha idade.
-Tinha razão Jade, ela é muito linda...-Ele ficou admirando um o meu rosto e eu corei. Passei meu dedo indicador nos seus cabelos só pra ter certeza que ele não era um sonho.
-Qual o seu nome?
-Silfx.-Torci o nariz.
-Se fala “Silfis”. E o seu nome é...?
-Kushynna. Mas me chamam de Kushy.
-Gostei do nome!
-Você é que estava me guiando àquela hora!-desconvercei- Porque fizeram aquilo comigo?!
-Tínhamos que fazer O Teste com você. Não foi culpa nossa.-Disse uma fadinha loira de roupa rosa, a Ashlei
-Teste...?
-É. Você tinha que escolher entre a pessoa no qual você amava, e ela não te dava valor ou um parente seu, que você odiava mas ele gostava de você.-ela respondeu
-Mas eu vi o Castiel se matando...!
-Aquilo foi só uma brincadeira, você devia ter visto a sua cara! Há,há,há!-Debochou Silfx. Jade fez cara de desaprovação pra ele e ele parou rapidinho.
-Er...você canta?-disse Silfx meio corado
-Todo mundo me pergunta isso! Sim, eu canto.
-Sabe alguma música de fadas?-Ele disse piscando o olho
-Há,há...Sei sim. Minha mãe cantava para eu dormir e me ensinou a tocar no violão. Querem que eu cante?
-SIM!SIM!SIM!-Responderam em coro.
-Eu até gostaria, mas eu precisava do meu violão ou da minha guitarra...
-Annnnn- Responderam desanimados
-Eu tenho uma harpa, veja se consegue tocar nela.-Disse uma fada meio gótica.
Ela saiu voando, pousou novamente no chão e pareceu entrar em uma casa invisível! Fiquei perplexa!
-Kushy...Põe o anel que eu te dei...
Coloquei o anel e de repente toda uma civilização de fadas apareceu na clareira. Logo vi que o anel era tipo que uma “chave” pro mundo das fadas.
-Jade, mas se você me deu este anel, como você vai conseguir ver isso?
-Eu tenho outro:
Ele estendeu a mão e no dedo indicador tinha um anel com uma pedra lisa e achatada roxa. E nela gravada: FG
-FG?
-Fadas de Granfairywith. É de onde elas vieram. Minha família foi o “portal” delas pra cá. Por isso eu sou tipo o “prefeito” delas.
-Ahh! Agora entendi...Que legal!
-Aqui está:-A fada gótica voltou com uma harpa pequena, no tamanho “fada”. Ela colocou sobre o meu joelho e vez um jogo de mãos. Logo a harpa começou a crescer, crescer,crescer até ficar do tamanho “humano”.
-Nossa!-exclamei- Que irado!
-Tenta tocar.

Virei à harpa de lado para ficar na mesma posição que as cordas da guitarra. Foi um pouco difícil. Pouco não, muito.Toquei um pouco e comecei a cantar. (Musica: Fairy Nightsongs)

Dancing a spiral we sing unaware
On fairy night wings our songs fill the air
Making a circle of magic and light
Watched silently by the fey of the night…
Elas se juntaram em um círculo e começaram a dançar.
Our hearts full of love and our arms open wide
We hold the key to the faeries delight
Song in our hearts belong in the air
The words of our wisdom we bring forth to share!
Elas alçaram voo e começaram a fazer um show de dança no céu. Uma coisa linda.
The songs in the night
As we dance 'round the flame
The Fairy Nightsongs are never the same!
The words from our lips, as we sing for the night
Impart to the Fay our hearts truest sight….
Logo Jade começou a cantar comigo
Sounds of the forest in sweet harmony
We give the gift of our song to the faery
Dancing a spiral we sing unaware
The faery night wings our song fill the air
Quando percebi todas as fadas cantavam comigo
The songs in the night
As we dance 'round the flame
The Fairy Nightsongs are never the same
The words from our lips as we sing for the night
Impart to the Fay our hearts truest sight!
Ahh.....(tudo 2x)
Depois me despedi das fadas e Jade foi me levar pra casa. Deveria ser meia-noite. Já havíamos passado pela floresta e pelo lago. Quando nos deparamos com o paredão Jade começou a tirar o bloco de pedra para nós passarmos quando Silfx chegou varado e pousou no meu ombro.
-Até que enfim achei você! Pensei que tinha me esquecido lá!
-Ué, você vai me seguir?
-Eu sou a sua fada não sou? Eu vou te seguir e te ajudar na sua vida!
-Então você é tipo que uma fada madrinha?
-Are you kidding me?!
-Há há há há! Mas sinceramente, você deve ser o Edward de Crepúsculo.
-Quê?!-Disseram Jade e Silfx ao mesmo tempo.
-Rs, pensem: O “vampiro” do Crepúsculo: Brilha, voa e dá lição de moral. Só pode ser uma fada!
Todos nós caímos na gargalhada. Pouco depois eu cheguei em casa. Jade me deu um selinho e falou que iria me buscar pra escola amanhã. Entrei e pelo que vi Akira já tinha sido “retirado” do banheiro. Fiz o menor barulho possível e subi as escadas. Peguei uma toalhinha e um travesseiro da minha Barbie e coloquei dentro da primeira gaveta do meu criado-mudo. Silfx tinha ficado lá em baixo pra dar uma olhada pela minha casa e depois subiu. Eu já tinha trocado a roupa e posto um pijama com o umbigo aparecendo e shorts curtos. Fui escovar os dentes e quando me vi no espelho, percebi que eu era totalmente japonesa. Não como os imigrantes de São Paulo, eu era totalmente dos olhos puxados. Sorri. Eu sempre gostei de ser diferente. Quando voltei pro meu quarto, Silfx estava na beira da primeira gaveta me olhando.
-Gostei da blusinha curta...
-Ah! Vai te catar Silfx!
-Calma! Ficou bravinha foi Japa?
Vê se pode. Levando cantada de uma fada. Dei um suspiro e no final acabei rindo. Ele se jogou pra trás na gaveta e se enrolou no cobertozinho. O lado bom é que o meu criado mudo é virado pra janela, e eu pensei que...sei lá...Já que ele é uma fada gostasse de “ar livre”
-Silfx?
-Oi?
-O Jade também tem uma fada?
-Tem... É a Viollet....(suspiro)
-Você gosta dela?
Ele ergueu a cabeça em um milésimo de segundo e eu pude ver que ele estava vermelho como um pimentão. Depois se escondeu em baixo do cobertor. Não pude resistir e ri um pouquinho.
Rs...Relaxa, já deu pra perceber que você gosta dela, eu não vou te encher...
-EU NÃO GOSTO DELA!
-Negação é a prova Silfx!
-Odeio esses humanos...
-Também “te amo”.
Nisso ele ergueu a cabeça e olhou pra mim supercorado. Sorri e mandei um beijo com a boca. Ele ficou vermelho da cabeça aos pés.
-Boa noite minha fada.
-B-boa n-no-ite.
-“Boa noite Castiel, tomara que você olhe pra gente amanhã...”

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