quarta-feira, 15 de agosto de 2012

Capítulo 8: Já estou em casa?



Um feixe de luz escapou pela janela e bateu no meu rosto. Olhei em volta, estava no sofá da minha casa. Lembrei que quando eu cheguei, me joguei em qualquer lugar da casa. Milhões de “flash backs” vieram a minha mente. Sentei no sofá e escondi o rosto nas mãos. Ouvi passos rápidos na escada, minha mãe veio até mim.
-Onde estava?! Tem idéia de como ficamos preocupados?! Já era meia noite e não te achamos!! Onde você foi sem a nossa autorização?!
-Papai deixou.
-Unh?
Com uma torrada na boca, meu pai veio até a sala e sentou no sofá.
-Querido!! Você deixou ela sair à noite?!
-Deixei?!
-Antes de vocês saírem eu perguntei!
-Quando você vai aprender que nunca escutamos nada nessas horas?!-Ele disse, com um tom preocupado.
-(suspiro) Vá se aprontar pra escola Kushynna. Pelo que eu saiba, hoje vão dar a matéria da prova de amanhã né?
-É...Prova de história...Muita coisa...Já vou indo...
Subi pro meu quarto, passei maquiagem, pus um sobretudo vermelho e prendi meu cabelo em um rabo-de-cavalo alto. Tentaria ir “alto astral” para TENTAR esquecer o que aconteceu ontem.
-Tchau mãe!
-Tchau.
Peguei meu skate e fui calmamente até a escola. O ruim é que tive que passar pela casa do Castiel, na porta estava ele e aquela garota. Ela foi e beijou-o, do mesmo jeito que eu fazia, segurando-o pela gola da camisa. Virei meu rosto e fiquei perdida em meus pensamentos. Quando ouvi o som estridente de uma buzina de carro. Parei rapidamente e por pouco não sou atropelada no cruzamento. Quando cheguei na escola, comprei uma latinha de refrigerante. Afinal, eu não tinha tomado café. Vi o “grupinho” reunido no pátio. Corri até o Alexy e coloquei meus braços ao redor do pescoço dele, dando-lhe um susto.
-Oi Alexyyyyyyyyyy!!!!!!!!!
-AAAH!!!!! 
-Há,há,há,há,há! Por ESSA você não esperava!
-Quase me mata do coração!
-Não, você é que é medroso mesmo.
(risos)
A felicidade entre amigos não durou muito tempo, logo chegaram Castiel e a “Insuportável”. Comecei a tomar o refrigerante e a desviar o olhar dele.
-Oi gente. Vim apresentar a minha namorada, a Vanessa.
Tomei um susto, cuspi todo o refrigerante e comecei a tossir.
-Kushynna, tá bem?
-Peraí cara, isso é sério?
-É. Por que não seria?
(Dake)- Mas a Kushy...
Olhei pra ele com uma cara de quem já sabia. Todo mundo ficou de olho arregalado, olhando pra mim, pro Castiel e pra Vanessa.
-Que foi? Andem ! Digam alguma coisa! Eu enh?
-Não vai apresentá-la pra turma, CASTIEL?-Eu disse, sorrindo um sorriso falso
-Tá. “Vane”, esse é o Lysandre, Dake, Armin,Alexy, Dajan, Leigh, e essa é a vossa querida Kushynna (sarcasmo)!
-Oi flor! Chamo-me Vanessa.
-Oi. Sou a Kushynna.-Dito isso, terminei de beber o refrigerante e amassei a latinha na minha cabeça.
-O que foi?
-Nada. Eu só gosto de amassar as latinhas na minha cabeça. –Joguei a latinha na lata de lixo-E depois jogá-las no lixo sem mirar.
-Vem NAMORADINHA, vamos pra sala.
Tá. Aquilo tinha sido DE-MAIS!! Não era mais um sentimento triste, de angústia, ou coisa do tipo, virou uma verdadeira RAIVA!! Eu era um dragão que podia soltar fogo a qualquer momento!!
-Wow... Ninguém esperava isso, né Kushynna?
-...
-Kushynna?
-É Dake!!
Fui mais pra trás do grupo, onde estava o Lysandre.
-Psiu. Ly. Posso sentar do seu lado na sala de aula?
-Por quê?
-Castiel não me quer perto...
-Tá. Tudo bem...
Fomos rumo à sala de história. O grupo de desfez e ficamos só eu, Ly e Alexy. Entramos na sala. Castiel e “Vane” entraram logo depois.
Minha mochila estava ao lado na do Castiel. De uma forma brusca, peguei a mochila e joguei com tudo na cadeira ao lado do Lysandre, que se assustou, era a primeira vez que ele me via zangada. Como se nada tivesse acontecido, Vane puxou uma cadeira ao lado da do Castiel e ficou passando a mão em seus cabelos. Eu apertava o pulso de Lysandre com força, que acabou deixando escapar um gemido de dor.
-Ai!
-Me desculpa. Estou com raiva...
Da fileira de trás, veio uma bolinha de papel que aterrissou em minha mesa. Abri a bolinha e nela estava escrito isso:
Pergunte pra ele! AGORA!
                                                         -Ju
Olhei para Lysandre, que estava com os cotovelos na mesa, de dedos entrelaçados, olhando para a porta.
-Ei...Lysandre...
-Unh?
-Você-
Nesse momento o professor tinha chego na sala. Suspirei.  O professor Bento sempre chegava em más horas... E a matéria era sempre chata... Coisas no qual poderíamos morrer sem saber...
-Boa tarde alunos, por favor abram os livros na página 43 e leiam silenciosamente os dois textos. Depois darei a matéria que será dada na prova.
O professor virou as costas e começou a escrever no quadro-negro, abrimos os livros na página e começamos a ler. Olhei ao redor. Abri minha mochila e peguei um bloquinho, arranquei uma folha e rabisquei uma mensagem rápida. Lysandre estava concentrado na leitura, quando viu uma bolinha de papel rolar pelo seu livro. Disfarcei, depois fiz um gesto com a cabeça para que ele lesse o que estava escrito no papel amassado. Ele me olhou com um olhar tipo “estou estudando”¬¬
-Leia!
-Por quê?
-Apenas lê!
Ele suspirou e abriu a bolinha. Esticou-a sobre a mesa e tentou ler sobre as dobras do papel.
Me ajuda a pegar o Castiel de volta “ficando” comigo? Não precisa responder agora.                                   –Kushynna <3
Lysandre tomou um susto ao terminar de ler e fez gesto com as mãos dizendo “depois”. Fiz que sim com a cabeça e voltei a ler. O texto era logo e chato. Com muitos comentários e observações desnecessárias. Logo que acabei de ler, fechei o livro com força, que fez um barulhão. Todo mundo pulou da cadeira.
-Bom, Srta. Hayashy. Vejo que acabou sua leitura. Gostaria de responder a pergunta a seguir de acordo com o texto?
-Tá né...
-Os antigos usavam as estrelas para guiar-se. Se você não souber seguir as estrelas, e não tiver uma bússola, como acharia o Norte usando uma agulha?
-Eu acho que isso não é história...
-Só quero saber a resposta. ¬¬
Todo mundo começou a olhar pra mim. Um silêncio de chumbo pairava no ar. Sou a ovelha negra da família Hayashy, não vou mudar meu jeito de ser. Então, pensei um pouco e depois disse calmamente.
-Você vai a alguém inteligente e ameaça furá-lo com uma agulha se ele não falar onde é o Norte!
Todo mundo começou a rir. Sempre fui à palhaça da turma e não ligava de ir parar na coordenação, então só fiquei encarando o professor enquanto a classe se matava de rir. Tentaria esquecer ao máximo o que aconteceu ontem.
-Temo que essa não seja a resposta certa, Kushynna!!
-Você só “teme”? Eu tenho certeza que não é.
A classe começou a rir mais ainda. Castiel começou a me olhar com uma cara tipo “o que você está fazendo?!” e o Lysandre já estava me cutucando com o cotovelo.
-Para garota! Ficou maluca?
-Afe! Eu só estava zoando!
-Posso CONTINUAR a aula Kushynna?!
-Pode. Pode sim.
Abri minha apostila e comecei a fazer as atividades propostas nela. Mas todo mundo só ficou no silêncio, me observando, sem fazer mais nada. O professor estava com o rosto vermelho e com a veia da testa pulsante. Todo mundo sempre esperava mais de mim, todo mundo falava com eu deveria ser, mas eu não iria mudar que sou.
-Gente...Podem continuar a aula, tá?
-Kushynna...Saia...Já...Da...MINHA SALA!
-Sim senhor “capitão”.
Levantei-me da cadeira e anotei na capa da apostila a matéria que ia cair na prova. Dei um tchau pra turma e saí. A minha vida estava acontecendo agora e eu iria vivê-la. Saí e fui para o pátio. Não sabia exatamente onde tinha que ir, então fui para lá. Joguei-me perto das tulipas e suspirei. Foi muita sacanagem do Professor Bento fazer aquilo só por uma resposta engraçada... Encostei meu corpo em uma “sakura” e fechei os olhos, tentando me lembrar dos BONS momentos que tive com o Castiel...Quando alguém chegou.
-O que te traz aqui?
-Ah, oi Jade! O professor Bento me expulsou da sala só porque eu dei uma resposta engraçada...
-Que chato..E você quase não fez nada né?
-Pois é...os adultos perdem o censo de humor que tinham na nossa idade...
-Ei! Eu tenho uma notícia boa! Bom...Boa pra mim né? Mas vamos ver se você gosta...:
-O que foi?
-Eu vou me mudar pra essa escola!
-QUÊÊ?! Sério?! Que bom Jade! Mas por quê? Ouvi dizer que a sua escola é tão boa...
-Bom...Er...É que....Sabe...A escola de lá é muito cara...E aqui é pública então...
-Ok,ok...Entendi.
-Que bom, sabia que você gostaria e-
De repente explodi de felicidade e me joguei em cima do Jade, dando-lhe um abraço apertado.
-Claro que eu iria gostar!! Meu melhor amigo estudando na mesma escola que eu? É o céu!
-RSRS...Que bom!
Ficamos um tempo só olhando o vento sacudir as tulipas. Jade era o melhor amigo que uma garota podia ter, era gentil, dócil e fofo. Levantei e me encostei na sakura. Uns 20 segundos depois jade jogou a mochila na lateral da árvore e encostou-se nela. Um vento muito gostoso estava batendo na gente. Fiquei de pé e abri os braços estilo Cristo Redentor enquanto o vento jogava meus cabelos pra trás. Comecei a rir sem motivo e Jade começou a rir também, logo estávamos gargalhando igual a dois idiotas. Joguei-me pra trás, segurando na árvore antes da queda. Um tempo depois, o sinal tocou.
-Tenho que ir... Quando você vai se matricular aqui?
-Na verdade, já estou matriculado aqui.
-Mas como você está aqui?! Matou aula?
-A professora de português não veio...Então vim pra cá...
-Você tem aula de quê agora?
-Acho que educação física...
-Eu também! Bom, te encontro lá!
-Espera!
-Eu não sei onde é...Me mostra onde fica?
-Mostro sim.
Peguei Jade pela mão e fui arrastando ele de corredor em corredor, o ruim é que a escola estava em reforma, e ás vezes os corredores fechavam, com escombros obstruindo nosso caminho. Pulamos sobre uns montes de azulejos, abrimos caminho entre caixas e finalmente chegamos: o ginásio. Era bem grande: com arquibancadas, cestas para o jogo de basquete, e colocavam gols para o futebol de salão. Só tinha a gente lá. Provavelmente a galera tentava abrir caminho entre a multidão que sempre vinha. Olhei para Jade, que estava admirando o local e joguei uma bola de basquete pra ele.
-Sabe jogar?
-Sei pouco, mas o bastante pra te derrotar!
-Ah é? Só quero ver!
Fui correndo em direção ao Jade. Ele me driblou a bola e foi em direção à cesta. Usei toda a minha energia pra ir atrás dele e me meti entre a cesta e a bola, pegando-a pra mim. Corri feita louca até a minha cesta. Concentrei toda a minha energia nos pés e enterrei. Segurei-me na cesta e olhei de cabeça pra baixo pro Jade. Fiquei olhando pra ele tipo: “Uhul! Eu consegui fazer a cesta e você não!” Ele simplesmente sorriu de uma forma cândida, quando a galera chegou, liderado pelo Castiel.
-Maluco! Como você conseguiu subir aí Kushynna?!
-Posso só ter 1,73, mas eu sempre dou meu jeito!
Pulei de lá e fui em direção aos meninos. Cambaleei um pouco ao levantar: A queda foi grande...
-Gente, esse é o Jade. Ele é novo na escola.
-Jade não é nome de menina?
Jade corou até a raiz dos cabelos e ficou olhando pro chão. Ai que raiva eu tinha do Alexy! Ele era estraga-prazeres. Nunca sabíamos quando ele falava sério ou quando estava brincando. Cruzei os braços e chutei o pau da barraca.
-Quem pergunta isso sou eu! Alexy pelo que eu saiba é nome de mulher né? PENSE antes de falar ok? E além do mas, se fala “Jâde” e não “Jáde”!
Virei às costas e peguei a bola de basquete. Fiquei batendo ela com força no chão. Jogava na parede, batia no chão, fazia o possível pra me desestressar. Foi quando Alexy pois as mãos na cintura e riu.
-Há,há,há! Olha quem tá nervosinha! Foi por que levou um chute do Castiel, foi?
Todo o grupo ficou encarando ele tipo “Você é doido?!”. Armin o cutucou com força e ficou fazendo gestos pra ele parar, mas Alexy fez como se nada tivesse acontecido.
-O que foi? Não posso brincar com a princesa que todo mundo liga? Ele levou um chute não levou? O Castiel a odeia não odeia? Então qual o problema?
Não agüentei. Aquela raiva e aquela dor misturadas em apenas dois comentários. Algumas lágrimas começaram a brotar em meus olhos. Joguei a bola de basquete nele e puxei-o pela gola da camisa.
-QUAL O SEU PROBLEMA ENH?! GOSTA DE FICAR SE METENDO NA VIDA ALHEIA!? Pois vá atormentar outra garota que eu já estou DE SACO CHEIO DE VOCÊ SEU CRETINO!! O que aconteceu entre mim e o Castiel são da NOSSA CONTA OUVIU?! Se eu levei um chute é PROBLEMA MEU!! Se o Castiel tá com outra é PROBLEMA DELE!! Vô te avisar, se vier se meter na MINHA VIDA e na do Castiel, EU JURO QUE ACABO COM VOCÊ!!!
Girei ele pra esquerda e chutei de lado o seu pé e ele caiu. Mas eu não soltei da gola dele e aproveitei a chance pra ficar em cima dele e bater a cabeça dele no chão repetidas vezes. Logo se juntou um grupinho ao nosso redor gritando “BRI-GA! BRI-GA!”
-QUERO VER VOCÊ REPETIR O QUE DISSE! ANDA! REPETE PRA VER SÓ!
Ele começou a ficar com raiva. Segurou as minhas mãos e de uma forma brusca me jogou no chão. Caí sentada, mas ele me pegou pela gola e bateu minha cabeça no chão repetidas vezes, meu nariz começou a sangrar. Ele chegou bem perto de mim e começou a gritar.
-O QUE EU ESTAVA DIZENDO MESMO?! QUE VOCÊ TOMOU UM CHUTE DO TOSCO DO CASTIEL POR QUE ELE NÃO TE SUPORTA?!
-CALABOCAA!!
Comecei a chorar e soquei bem forte ele. Arrancou sangue. A galera começou a gritar mais, os meninos estavam pasmos não sabendo o que fazer. Vanessa abraçava forte Castiel enquanto os dois participavam da muvuca. Alexy entrou em estado de fúria total. Deu um grito e sem hesitar ergueu-me do chão e me deu um soco para a direita. Caí de lado, espalhando sangue pelo chão.
-(todos)!!!!!!!
Um silêncio de chumbo pairou sobre o ar. Um filete de sangue escorreu da minha boca enquanto eu tentava processar o que tinha acabado de acontecer. Alexy se deu conta do que fez e soltou a gola da minha camisa. Lentamente ele saiu de cima de mim e ficou de joelhos ao meu lado.
-Kushynna?
-DESGRAÇADO!
Voei no pescoço dele e o joguei no chão.  A galera gritou. Comecei a socá-lo de todos os ângulos possíveis. Até que, vendo o estado do amigo, Dake me agarrou por trás e me tirou de cima do Alexy. Ele teve que me erguer do chão porque eu me debatia freneticamente
-Kushynna! Para! Vai se meter em problemas! Olha o seu estado!!
No pulso do Dake pingou uma gota de sangue da minha boca. Pus a minha mão na minha bochecha e senti-a por dentro com a língua. Tinha um pequeno corte onde terminava a mandíbula superior e começava a inferior. Meu nariz sangrava e estava meio tonta, pois bati o bulbo cerebral. Dake me colocou com delicadeza no chão e se agachou do meu lado. Olhei ao redor e estava todo mundo murmurando coisas. Todos pareciam assustados e mais da metade da galera me cercou, perguntando se eu estava bem, e coisas assim. Ju abriu caminho entre a multidão até mim.
-Sai da frente! Sai! Melhor amiga passando!
-Kushynna!! Graças a Deus você está bem! Você tá bem né?
-C-cadê o Castiel?
Comecei a olhar atentamente o pessoal que me cercava à procura de Castiel. Procurei depois entre a galera que cercava o Alexy. Quem eu acho? Castiel servindo de apoio pro Alexy. Fiquei PASMA! Alexy parecia que só tinha levado um soco! Já eu parecia ter sido assaltada por um grupo de mafiosos. Vanessa estava abraçada nele e me olhou tipo “Perdeu! Agora ele é meu!” e fez um “L” na testa com o dedo indicador e polegar. Eu explodi em raiva! Aquela safada ainda me chamou de lesada mesmo vendo meu estado!! Levantei e fui rumo à porta do ginásio. O pessoal abriu caminho e me senti Moisés atravessando o Mar Vermelho. O único que não saiu da minha frente foi Castiel. Nada surpreendente. Coloquei a mão em seu peito e o empurrei para o lado.
-Dá licença “Castielzinho”
Andei de queixo erguido e saí do ginásio. Juliana logo foi atrás. Entrei no banheiro e comecei a limpar minha “face” que estava deveras ensangüentada.
-Kushynna! Ficou louca em sair desse jeito?!
-Só quero limpar meu rosto.
-Sabe que pode se meter em encrenca né?! E se o professor chegar e perguntar o que aconteceu?! E a sua bochecha-
-Já parou de sangrar, estou bem. Minha maquiagem borrou?
-Lógico né?! Você estava chorando! Vem cá. Dexa eu limpar.
-Ju...Acho que vou parar de tenta pegar o Castiel de volta...Ele que venha até mim! E além do mas...Se ele está feliz, EU estou feliz! Agora vou acertar as contas com o Alexy
Ju fez uma cara de “CE quem sabe...” e saímos do banheiro. Entramos no ginásio e ninguém havia saído do lugar. Um silêncio de uma tonelada estava presente. Fitei Alexy com os olhos mais frios possíveis.Cheguei pra ele com as mãos na cintura e soltei os cachorros.
-Agora me explica!!
-Explicar o quê?! Você que veio pra cima de mim só porque eu fiz uma piada! E além do mas, nem foi com você!!
-O menino é novo! O que você queria?! Que ele saísse chutando o pau da barraca com você?!
-Que nem você fez né? Há,há,há!
Ergui as sobrancelhas. O moleque estava rindo?! Deu uma vontade ENORME de atirar na cabeça dele com um calibre 14. E ele continuou rindo! Não parou não! Daquele jeito descarado que só o Castiel sabe rir. Fitei o chão um tempo. Se falasse no Castiel eu já ficava meio deprimida. Ele se abaixou para ver o meu rosto e tirou umas mechas de cabelo da minha cara.
-Na boa. Relaxa. Não foi por mal. Já tive “hematomas” muito piores que esses aqui... E eu cutuquei a onça com vara curta né?
Ele sorriu. POU! Levei um tiro no coração. Como ele ficava tranqüilo com tudo isso?! Ele sorria de um jeitinho singelo igual ao Cast...NÃO! Balancei a cabeça. Nada de pensar no Castiel. Levantei um pouco a minha cabeça e vi a marca do meu soco no seu rosto. Me senti a pior pessoa da face da Terra. Fiquei vermelha até a raiz dos cabelos e disse de cabeça baixa.
-Alexy...Desculpa por te xingar, por jogar uma bola em você, por te ameaçar, por te jogar no chão, por BATER a sua cabeça no chão, e por te socar de diversos ângulos...
Pra minha surpresa, ele abriu um sorriso e pois a sua mão em meu queixo e ergueu a minha cabeça.
-Quem tem que pedir desculpa é eu. Eu que fiquei te enxendo e...Não é certo bater em mulher... Você está bem?
-Estou sim...E obrigada...
-Pelo quê?
-Pelas desculpas sinceras.
Voei no pescoço dele e lhe dei um abraço. Ele foi e me abraçou também. O pessoal começou a falar “Ooooww!” Depois simplesmente sorrimos um pro outro. Lá do fundo da “multidão” uma garota estava me fitando. Ela tinha cabelo estilo “Joãozinho” cor de mel. Ignorei-a. A garota parecia uma assombração. Depois do “abraço” Alexy virou pra mim e disse sorrindo.
-Sabe Kushynna...Você e o Castiel até que combinam!
Corei de imediato. Logo Castiel chegou agarrando a Vanessa. Suspirei “Lá vamos nós de novo” Tentei sorrir. Mas não foi lá muito fácil naquela hora. Eu realmente gostava do Castiel. Mas ele era tão distante... E eu ainda não acreditava que ele realmente tinha gostado de mim. Ele simplesmente viu outra garota e me trocou por ela. Safado. Ele sorriu descaradamente e rosnou pra mim.
-É. Mais saiba que agora eu estou com a VANESSA. ¬¬
Estava pensando no que diser. Lembrei do que minha mãe falou pra mim quando eu era menor: “Pra combater a grosseria usa-se sempre a educação”. Fui tentar isso. Afinal, se eu falasse qualquer coisa que eu tinha em mente, o resultado não iria ser bom... Segui em direção ao Castiel e disse sorrindo, com as mãos nas costas.
-Castiel, saiba que eu não ligo mais pra isso. Se você está feliz eu também estou. E agora, não vou mais correr atrás de você. Você que vai ter que correr atrás de mim! RS!
Cheguei perto dele e dei um beijo em sua bochecha. Ele arregalou o olho e Vanessa me amaldiçoava entre dentes. Depois segui em frente e peguei uma bola de queimada. A ergui como se ela fosse um troféu e disse para a galera.
-Quem aí quer jogar “queimada” enquanto o professor não chega?
O pessoal hesitou um pouco. Todo mundo não acreditava na minha rápida “recuperação” e tentaram descontrair o momento. Castiel foi o líder de uma equipe e eu de outra. Escolhemos cuidadosamente cada pessoa e fomos para os nossos lugares.
-“Agora começa a guerra!”

Jogamos um estilo de queimada criado pro nosso professor que se chamava “Queimada dos sexos”. A menina só podia queimar uma menina e um menino só queimava menino. Então o que rolava era: Quando um menino pegava a bola, as meninas de outro time serviam de “escudo humano”. E quando uma menina pegava a bola, os meninos protegiam as meninas, era tipo que um jogo de “confraternidade”. O jogo começou, a galera que ficou de fora pois pra tocar “Eye of The Tiger” (Dica* Leia isso ouvindo a música) peguei a bola e quando IA queimar a Iris o Dajan tirou a bola da minha mão.

-DAJAN!!

As meninas já tinham feito escudo pros meninos. Ele rosnou alguma coisa e jogou a bola pra Ju. Ela queimou uma menina. Cheguei pro Dajan quase matando ele e rosnei.

-Por que você pegou a bola de mim?!

-Por que eu queria jogar!

-Mas eu iria acertar!

-E daí? Anda! Pega a bola!

Resmunguei e peguei a bola que já estava indo pro campo inimigo. Quando Dajan gritou “Me dá a bola!!” Virei pra ele com a cara fechada e mostrei a língua. Ele ficou com cara de bravo e foi atrás de mim, quando ele chegou bem perto queimei a Charlotte. Ele parou do meu lado e me puxou pela gola.

-Qual foi a idéia?! Eu mandei você me dar!!!

-E o que eu tenho com isso?! Você NÃO manda em mim!!

-QUÊ?! Eu te livro daquele seu ex namorado babaca e é assim que você agradece?!

-Só por que você deu um soco nele? Eu poderia ter feito isso se quisesse!

Discutir com Dajan era uma parada difícil. Ele teria uns bons 1,90 e eu estava nos 1,70... Tinha que erguer minha cabeça pra olhar fixamente em seus olhos. Ele chegou um pouco mais perto e sorriu. Fiquei sem entender droga nenhuma. Quando ele pois a mão no meu queixo e disse bem perto de mim.

-Sabia que você fica linda com raiva?

Ele se aproximou pra me beijar. Eu aproximava minha mão de seu pescoço sem que ele percebesse. Quando uma bola de queimada veio em minha direção na velocidade da luz. Tudo que pude fazer foi arregalar o olho. A bola acertou em cheio meu rosto e caí pra trás me curvando bati a cabeça no poste da cesta de basquete. Sentei rapidamente e pus as duas mãos na minha nuca, o golpe tinha sido forte demais. Meu nariz estava sangrando de novo e estava machucado. Olhei pra quem podia ter jogado a bola: Lysandre? Não. Ambre? Talvez. Nathaniel? Impossível. Ken? NUNCA! Quando vejo Castiel com as mãos no bolso me encarando bem no limite dos times. Engoli a seco. Ele sabe que se a bola pegar no rosto não vale!! Porque ele tinha feito isso?! Levantei e corri, dei uma trombada de ombro com o Castiel mas continuei em frente. Saí do ginásio poco me importando se o professor vinha ou não. Tocou o sinal do término da aula. O professor havia faltado (ainda bem). Fui em direção á enfermaria, para ver como estava o caso do meu nariz.

-É. Seu nariz torceu um pouco. Vou ligar pro seus pais pra eles virem te buscar.

-Não preciso, eu moro a poucas ruas daqui

Saí da enfermaria com uma bandagem no nariz. Já ia saindo do colégio quando Jade chegou por trás e agarrou meu braço.

-Espera! Er...Obrigado por me defender àquela hora lá no ginásio...muita gente zomba do meu nome e...Posso te perguntar uma coisa?

-Seja rápido, eu vou embora mais cedo...

-Não tem mais nada entre você e o Castiel?

-(suspiro quase chorando) Não...mas por quê?

-Porque eu não queria deixar de fazer isso.

Jade me encostou na janela. Segurou meu rosto com as mãos e me beijou. Fechei os olhos e o puxei para mim. Não era aquele beijo de filme. Era aquele beijo mais bruto... Ficamos assim um tempo. Só não percebi que Castiel estava na esquina do corredor observando tudo com os olhos úmidos.

 

 (finjam q o cabelo dele é verde, ok?)

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